História

Sequeiros foi uma freguesia do concelho de Amares, no distrito de Braga, que dista da sede concelhia cerca de 10 quilómetros. O seu orago é S. Paio, todos os anos celebrado a 29 de Julho. Sequeiros é constituída pelos seguintes lugares: Igreja, Paçó, Cancela, Pousada, Quintã, Bárrio, Pitães, Tojal e Ramalha.

O topónimo “Sequeiros” é um derivado de “sequeira”, de “terra de sequeiro” ou seja sem água. Fontes documentais referentes à região onde se insere Sequeiros revelam que ali são numerosas as ruínas e os vestígios arqueológicos, sobretudo os que apontam para a presença militar de diferentes povos, nomeadamente romanos. Acontece que, o desconhecimento e dessaber absolutos por romanos e outros povos que antes e depois deles por cá passaram, sendo esta falta de saber, o bastante para o esquecimento destas culturas e o medrar das lendas encantadas, gerando-se na fantasia do povo uma curiosas crendice que tem o seu sentido neste verso, recolhido pela abade João de Freitas: “Entre Sam Julião (em S. Vicente) / Castelhão (de Sequeiros) E Sam Sebastião (de Caldelas) (Está um sino d’ouro/Do Rei Mourão”.

A vetustez do povoamento de Sequeiros é atestada pelos vários indicativos da existência de um castro no local, de que são exemplo: a descoberta de alguns objetos em cerâmica, referidos há já alguns anos, a toponímia, as condições topográficas do sítio e a sua localização, embora se encontre o local plantado num monte praticamente sobranceiro ao rio Homem, envolto por uma densa cobertura vegetal, o que dificulta a observação de estruturas cerâmicas ou de outra espécie; todos estes fatores aliados, são importantes testemunhos arqueológicos da sua ancianidade, também revelada pela proximidade das Termas de Caldelas, já exploradas pelos romanos, e que se tornou uma das mais importantes estâncias termais portuguesas.

A primeira referência documental a Sequeiros talvez tenha sido em 1059, feita no inventário dos bens do Mosteiro de Guimarães, no qual figura como povoação de “Sequeirôlos”. Em 1220, a igreja de S. Paio possuía várias searas e três casais: outros cinco pertenciam à Ordem do Hospital e sete ao Mosteiros de Rendufe: nesta época, a Sequeiros estava incluída nas terras do Bouro: contudo, em 1258, já figurava entre as freguesias da “terras” ou julgado medieval de Regalados devido a um ajustamento administrativo.

Segundo as Inquirições de 1258, Sequeiros foi honra de D. Egas Fafe, dada por D. Afonso II, dela não fazendo nenhum foro e este monarca. As mesmas Inquirições deixam entender que os encargos de voz-e-coima, fossadeira e entroviscada, se referiam apenas ao lugar ou “villa” de Fontelo, não sendo pois exato, que toda a freguesia fosse honra legítima ou toda doada a D. Egas Fafe. Só mais tarde é que toda a povoação se tornou honra, pela inclusão nesta, do lugar de Fontelo, que pelo menos, peitava à coroa, a “voz-e-coima”.

Fazem parte do património cultural e edificado de Sequeiros a Igreja Paroquial e o cruzeiro ribeiro. A praia fluvial no rio Homem e o Monte Ramalha são os locais de maior interesse no plano turístico.

A agricultura é ainda hoje a atividade económica que mais corresponde às necessidades dos habitantes de Sequeiros, embora, ao contrário de outros tempos, os seus produtos sejam cultivados em quantidades apenas suficientes para o autoconsumo.